sexta-feira, 5 de maio de 2006

Escola Aberta ao Meio


Talvez 1984 / 85...

Andámos por Valadares a fazer um barulho do caraças e a "abrir a escola ao meio". Os BKC forneceram a percussão: bombo, tarola e afins. O Isolíno Vaz fez um cartaz que ficou mural - ainda existe numa parede do Liceu. Eu vesti-me de padre (como já tinha feito alguns anos antes num célebre carnaval em que o Nossa, na escola, escreveu o nome da Célia na palma da mão com a unha - isto é outra história fantástica) e dei a benção à abertura dos festejos... há quem tenha fotos disso.

O Rui, com um chapéu de espantalho de onde escorria cabelo de lã vermelha, e com uma tarola ao pescoço, marchou a par da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Valadares! Os desgraçados dos homens passaram-se ao ver tão estranha criatura a deambular por entre eles e, sobretudo, a levar o caos aos ritmos tão bem ensaiados na parada do quartel! Parecia um piolho aos saltinhos por entre os pelos do cão!

O Luís Cardoso apareceu vestido de gaja. Não! De GAIJA! Reles. Ordinária. Com sinais pintados na cara. Com baton vermelho forte. Uma verdadeira pu...! Só que tinha muitos pelos nas pernas! Metia-se com tudo o que mexesse... até com o Padre!

Segundo a letra do Nossa, o que aconteceu durante a "Escola Aberta ao Meio" foi o que está na foto da "cartolina-cartaz". Ele ainda não era designer gráfico, e o Pagemaker... coitado!

Destaque-se, de entre todos os acontecimentos, a "Conversa Sanitária".

Em síntese: Peça de teatro da autoria da dupla Rui & Sérgio. Baseada numa ideia de Rui & Sérgio, ocorrida... de um momento para o outro!

Rui & Sérgio foram à lixeira da cerâmica de Valadares. Trouxeram de lá uma sanita e um bidé. Estes objectos, não só seriam os principais adereços em palco, como depressa se tornaram nos principais inspiradores para o texto que viria a ser dramatizado.

O texto e a dramatização: Na parede do fundo da biblioteca, em frente à plateia, estava a sanita de um lado e o bidé do outro. Eu estava em pé, muito hirto, ao lado do bidé, com o chapéu de espantalho (aquele que acompanhou os Bombeiros) enfiado na cabeça. Entretanto, o Rui, de bata branca, apontador na mão e ar de cientísta louco, dirigia-se ao bidé. Com uma estranha pronúncia alemã, dizia: "Isto ser um bidé!". No fim da frase, eu, tipo Frankenstein, sentava-me no bidé. O Rui dizia: "Sérgio estar no bidé. Sérgio bidar para vocês!". Depois dirigia-se para a sanita, erguia o apontador e dizia: "Isto ser um sanita!". Avançava para ela e sentava-se. Por fim exclamava: "Eu estar sentado no sanita. Eu cagar para vocês!".

Levantámo-nos, e fomos embora. O público... aplaudiu! Que saudades desta lata...

4 comentários:

Mónica (em Campanhã) disse...

tenho fotos (que acho que não tirei) deste dia, com uns BKC muito direitinhos em palco

Rui disse...

Please, m, espeta aqui esssas fotos nesta corticite (curticite) electrónica!!!
Temos que te tornar contributor, of course! Envia-me um email com o teu (q não tenho)

Rui disse...

e a leitura encenada de "O Marinheiro" de Fernando Pessoa? Remember?

Rui disse...

Não sei se tens tu o meu email, m.
Não estou com vontade de o colocar aqui... a H tem-no.
O email, como sabes, é necessário para te convidar para contributor.