sexta-feira, 25 de maio de 2007

Sumaúma & Sumapau: um mistério resolvido!

Sumaúma

Sumapau

Antigamente, dizia-se que os que tinham dinheiro sentavam-se na sumaúma; os tesos íam para o sumapau. No Cine-teatro Eduardo Brazão (sim, o Brazão é nome de um Eduardo!), o segundo balcão era do tipo “cú na esponja”; o primeiro era “cú no pau”... Capice?
Também havia outra questão: os do “cú na esponja” portavam-se mais ou menos bem durante o filme; os do “cú no pau” batiam com os pés no chão e faziam um cagaçal do caraças. Às vezes havia porrada, sobretudo na fase Kung Fu...

Quando eu tinha prá i 12 anos ía frequentemente ao Cinema Eduardo Brazão ao Sábado. O meu pai dava-me então uma nota com um Sto. António: 17$50 eram para o bilhete (segundo balcao, fila B, lugar 2 ou 4, sumaúma); os restantes 25 tostões permitiam-me encher os bolsos com uns mega rebuçados de açucar às cores com sabor a frutos. Os vermelhos – supostamente de morango – eram uma merda porque sabiam a remédio. Os amarelos de limão eram bons de caraças.
Apetecia-me um!
Ps. Sumaúma é uma árvore que larga uns pelos brancos como o das ovelhas, que servem para encher almofadas e fazer forros. Por alturas da Primavera, os pastores da sumaúma levam-nas à tosquia. Com uma tesoura grande cortam-lhes o pêlo. A sumaúma fica despida e dá fruto.
Quando depois de vender o pêlo o pastor enriquece e compra outra árvore, esta deixa de ser sumaúma para passar a sumaduas. Quando o negócio vai de vento em poupa, o pastor da sumaúma pode mesmo chegar a ter um rebanho inteiro. Havia um senhor que tinha sumassetenta e seis e todas davam pêlo bom.

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