sexta-feira, 31 de março de 2006

Três BKCs em Favaios

Em mil novecentos e oitenta e pouco, o Dr. Manuel Castro Ribeiro - conhecido por "o pai do Jó" ou "o Juíz" - levou-nos a passear por terras do Douro. Estivemos em Alijó, fomos a Favaios (prova-o a fotografia), fomos a Soutelinho, e a outros sítios de que já não me recordo (parece-me que a Mondego?).

Nós os três, mais os primos do Jó - o João e o Pedro - nadámos no rio Pinhão, num sítio onde não havia pé. No regresso do Rio, eu e o Ricardo resolvemos "cortar" caminho pelo monte. Apanhámos um matagal tal que parecia de selva tropical. Para piorar o trajecto, havia socalcos velhos - vinhas de mortório, chamam eles -, havia musgos e folhas secas onde literalmente atolavamos os pés. O Sol descia depressa. Começava a escurecer. As minhas calças estavam completamente rasgadas, sobretudo no meio das pernas. Perdi o meu primeiro martelo de geólogo. Tinhamos ramos de giesta espetados no cabelo, silvas à volta do corpo. Finalmente, o alto do monte, e os nossos amigos lá em baixo a acenar. Eles ainda tinham sol. E nós, em pánico, só queriamos chegar até eles!

À noite, bebemos vinho do Porto por mangueiras, directamente das cubas... corremos em cima delas... partiram-se uns copos... e o Jó, na manhã seguinte,... digamos... sentiu-se ligeiramente agoniado!

Neste fantástico passeio, conheci o tio Zé. E, graças a ele, a minha vida nunca mais foi a mesma: quando a agulha do gira-discos baixou, ouvi pela primeira vez o XXIst Century Schizoid Man.

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