segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Estações e Apeadeiros, entre Santa Apolónia e Campanhã

Não é um episódio particularmente mirabolante (confesso que desses até os tenho em razoável quantidade) e relato-o aqui pela graça de terem passado apenas umas horas e pela combinação de duas coisas.
Por estranho que pareça consegui atravessar praticamente toda a cidade de Lisboa (dos Olivais ao Conde Redondo) sem passar por uma única ATM, necessidade premente para a missão que me movia. E, só por isso me apeei da mota e fui tentar a sorte num estranho Centro Comercial a poucos metros do meu destino. Entrei e 7 segundos depois saí (o segurança dissipou-me a esperança de satisfazer ali a minha necessidade). Aos 9 segundos esbarro com alguém que diz ”Ruuuui!”. Não queria acreditar em quem os meus olhos viam! Anos e anos sem se cruzarem e assim de repente, pafff, num acaso como tantas coisas boas nesta vida, outro par de olhos, brilhantes e sorridentes: a Lena viajante incansável de muitos comboios, (umas vezes Léna, outras Lêna, conforme a latitude das estações e a sobriedade do interlocutor). Trocamos noticias rápidas enquanto nos alegrávamos pelo encontro e prometemos um novo ligeiramente mais planeado. Monto de alma cheia na celestina e vou ao Multibanco que me indicaram. Tiro o cartão do bolso e… qual é a palavra que se me salta aos olhos no meio de tantas outras?
Não resisti. E tirei uma fotografia. Assim mesmo, com a minha sombra cabeçuda, sem tirar o capacete. E uma alegria imensa que as sombras quase sempre ignoram.

(Na parede da caixa multibanco, numa esquina da rua Duque de Loulé, um sem fim de nomes de terras. Valadares saltava-me aos olhos, vá se lá saber...)



3 comentários:

Mónica (em Campanhã) disse...

sabes, não há coincidências. é demasiado para serem apenas coincidências.

Nossa disse...

São caminhos engraçados que nos provocam.

disse...

a vida é bela