Quer dizer, vocês é que são a banda. Eu só sei, por assim dizer, escrever. Logo, isso faz de mim aqui o quê? O promotor de imprensa? O tipo que alinhava a hagiografia? O futuro Biógrafo Oficial?
Quer dizer, eu entrava de fininho na sala de ensaio e tentava fazer o máximo de barulho (na bateria, claro) com o mínimo de danos. Olhava para o contrabaixo encostado à parede (e, salvo erro, tapado por um manto escuro) e tinha receio que o bicho me caísse em cima. Andei meio ano lectivo aos 12 anos na escola de música de Vilar do Paraíso a aprender a tocar orgão (talvez devesse ter ido para o piano) porque queria tocar sintetizador só com um dedo (o indicador, de preferência de unhas pintadas) como via nos telediscos dos Duran Duran e dos Human League - isto, para o caso de terem dúvidas, é o melhor motivo à face da terra para ir para uma escola de música. Fartei-me da disciplina, de usar os dedos todos das duas mãos, dos horários e da ameaça de me atirarem, na habitual festa da Páscoa, para o palco do Rivoli. Além disso já sabia tudo o que queria, isto é, para que serviam aqueles botões todos com ritmos pré-programados. A piada estaria em perceber como desmantelar a lógica daqueles bichos com teclas, nunca aprender a ler música e a tocar com os dedos todos.
Recapitulando: Isso faz de mim aqui o quê? Um amigo? Ok, combinado.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2006
Pete Best? Ian Stewart? O roadie?
Posted by Jorge Lopes at sexta-feira, janeiro 27, 2006
Labels: música
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2 comentários:
Podes sempre pintar as unhas ;)
Benvindo, Jorge!
gostei muito deste texto... gostava de te ver mais vezes por cá!
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